RECEITA DE BOLO DE BAUNILHA SEM GLÚTEN
Pra hoje, fiz um bolo amanteigado simples e só de baunilha, daquele que muita gente chama de bolo de nada, de bolo à toa, de bolo comum, de bolo branco ou de bolo pra comer com café, só que numa versão sem glúten.
Aquele bolinho caseiro e basiquinho pra deixar muita gente feliz no café da manhã e no lanche e tem tudo a ver com café, chá, leite, chocolate quente e suco.
Amo bolo de qualquer jeito, faço bolo em casa um dia sim, outro não, e sofro só de imaginar a tristeza de quem sente sempre a vontade de bolo, mas acaba meio que não comendo por conta de restrições alimentares quanto ao glúten, principalmente quando se fala em rigor total.
Por isso é que cismei de conseguir um bolo sem glúten gostoso de verdade e fácil de fazer. Fui pesquisar, estudar, testar, retestar e o caminho não foi muito fácil, mas no fim deu certo.
Consegui um bolo saboroso, com miolo denso, amanteigado, gosto e aroma de baunilha e aquela casquinha dourada, crocante e irresistível por fora.
Importante ter sempre consciência de que as versões gluten free são e serão sempre diferente das receitas preparadas com farinha de trigo, mas podem ser gostosas também.
INGREDIENTES
A lista de ingredientes pra preparar esse bolo tão delicioso leva os básicos de um bolo comum, apenas tem de diferente aos que entram no mix de farinhas sem glúten e que acabam sendo “de sempre” nas despensas de quem cozinha sem glúten:
- farinha de arroz branca;
- polvilho doce;
- fécula de batata ou maisena;
- goma xantana;
- pectina;
- ovo;
- açúcar;
- manteiga;
- essência natural de baunilha (aqui no site, a gente ensina como fazer a sua essência caseira natural);
- canela em pó;
- fermento em pó;
- bicarbonato de sódio;
- se quiser: spray desmoldante sem glúten.
Pensando em ajudar e facilitar a vida de quem, por motivos variados, mas principalmente por restrições de saúde envolvendo o consumo do glúten, escrevi o post dicas para cozinhar sem glúten.
Nesse post, que é bem detalhado, falo sobre a cozinha sem glúten envolvendo processos, cuidados e ingredientes importantes e fundamentais pra conseguir bons resultados e com o máximo possível de segurança e dou muitas dicas, sugestões e ideias.
Escrevi depois de estudar muito e acho, sinceramente, que as informações podem ajudar bastante gente.
Quando estava pesquisando sobre como cozinhar sem glúten de um jeito não muito complicado e com bons resultados, logo entendi que o grande problema está na impossibilidade de simplesmente trocar a farinha de trigo por alguma outra.
A farinha de trigo é complexa e têm várias características com funções diferentes e consegue, sozinha, dar elasticidade, volume e leveza a um pão ou a um bolo. As outras farinhas, féculas e farinhas não têm as mesmas possibilidades, costumam ter características bem específicas, uma contribuí quase que só com volume, outra com leveza, outra com elasticidade, outra com expansão e por aí vai.
É por isso que não adianta apenas “trocar” o trigo por farinha de arroz ou de aveia ou de amêndoa, ou por só fécula de mandioca ou de batata ou amido de milho, ou só polvilho doce ou azedo. Nenhuma é completa e sempre vai ficar faltando alguma coisa na receita (ou elástica demais, ou pesada, ou sem estrutura).
Pra funcionar, é preciso combinar pelo menos uns 2 ou 3 desses ingredientes com características diferentes e ainda acrescentar alguns outros que funcionam como aditivos pra potencializar algumas das características e estabilizar a receita.
Mas não adianta simplesmente juntar um pouco de cada coisa sem pensar com mais profundidade sobre as características de cada uma delas e sobre o resultado que se quer. Existem proporções certas pra conseguir resultados bons.
Daí vem o grande problema das misturas prontas, que são meio que genéricas, meio que um mix que não considera que pães, bolos e biscoitos são diferentes e precisam de fórmulas diferentes.
O que, por exemplo, é bom pra um pão, que depende de fermentação e leva fermento biológico, não é pra um bolo, que tem estrutura diferente e é feito com fermento químico e, às vezes, também com bicarbonato de sódio.
E, além dessa forma teoricamente mais genérica, tem a questão daquele mistério de nunca se saber exatamente a composição, sempre tem algum conservante meio estranho ou algo ainda mais incerto.
O fato é que, sinceramente, experimentei algumas marcas de farinhas sem glúten e não amei nenhuma delas. Resolvi, então, fazer em casa.
Experimentei muitas fórmulas com ingredientes e proporções diferente e, no final, cheguei a duas misturas, que chamei de Mistura A e de Mistura B e que servem pra muitas receitas da cozinha sem glúten e estão bem explicadas no post.
Lendo o post, dá pra entender bem melhor, mas é importante saber que as misturas têm que ser preparadas com método, sem substituição de ingredientes e usando sempre uma balança, pois uma diferença pequena pode mudar tudo.
A massa do bolo de hoje, que não é fermentada como a de um pão, começa com a Mistura A e leva farinha de arroz, fécula de batata (ou maisena), polvilho doce, goma xantana e pectina, que são ingredientes de base da despensa de uma cozinha sem glúten. No post, explico os motivos do polvilho aqui ser doce, e não azedo, e as funções da farinha de arroz, da fécula de batata (ou da maisena), da goma xantana e da pectina.
E pra não assustar: o preparo da mistura é simples e pode ser feito com antecedência, pois dá pra guardar num pote fechado por até 1 mês e usar em várias receitas.
Pra facilitar a vida, aqui coloco os ingredientes e o preparo da Mistura A, não precisa ir até o post só pra pegar a receita, mas lá tudo está mais detalhado. E muito importante: por questão de proporção, não funciona preparar quantidade muito pequenas das misturas de farinha, dou a receita da Mistura A nessa quantidade mínima pra depois separar a quantidade necessária pra fazer o bolo e guardar o que sobrar pra uma outra receita.
Além dos ingredientes da Mistura A, a massa é a de um bolo comum: ovo e açúcar com a manteiga dão liga à massa e muito sabor e textura ao bolo. O açúcar e a manteiga ainda são os responsáveis pela casquinha crocante e amanteigada do bolo.
Pra deixar a receita mais gostosa, uso essência de baunilha caseira, que preparo sempre exatamente como ensino no post essências naturais caseiras e, também um pouco de canela em pó. Mas, pra variar, dá pra usar outras especiarias ou raspas de limão ou de laranja.
Fermento em químico é ingrediente básico em receitas de bolo e bicarbonato de sódio também ajuda a deixar o bolo de hoje com o miolo mais macio.
Sobre o preparo da fôrma: como a massa não leva trigo, mas sim uma mistura de farinhas com polvilho, e que polvilho tem goma e gruda com facilidade, é preciso cuidar pra massa não grudar e o bolo se quebrar na hora de desenformar.
Lambuzar muito bem a fôrma com manteiga é básico, mas a mistura de farinhas não funciona pra polvilhar porque o polvilho faz a massa grudar na fôrma.
Dá pra polvilhar com maisena ou com farinha de arroz, mas, sinceramente, acho que o mais prático – e garantido – é providenciar um desmoldante pra bolos sem glúten, existem algumas marcas assim.
PREPARO
Aqueço o forno a 180ºC (médio), separe uma fôrma de buraco no meio com uns 22 cm, unto muito bem com manteiga e polvilho com maisena ou com farinha de arroz ou use spray desmoldante sem glúten.
Com a batedeira, bato os ovos, o açúcar e a manteiga até obter um creme homogêneo e fofo. Em seguida, junto a baunilha, a Mistura A já pesada, a canela, o fermento e o bicarbonato e bato até conseguir uma massa lisa e homogênea.
Coloco a massa na fôrma e asso por uns 45 minutos a 1 hora, até o bolo crescer, dourar e firmar (ao enfiar um palito no centro, ele deverá sair limpo).
Retiro do forno, deixo amornar sobre uma grelha por mais ou menos 1 hora antes de desenformar sobre um prato e servir.
Como as receitas sem glúten ressecam em pouco tempo, o ideal é pensar que o bolo fica gostoso por uns 2 dias. Se a receita for grande pra sua casa, o melhor é dividir o bolo pronto e frio em partes e congelar por até 1 mês pra comer quando der vontade (só deixar descongelar em temperatura ambiente).
Ah, pra transformar o bolo de hoje em bolo mármore de chocolate, basta fazer assim: coloque 2/3 da massa na fôrma e reserve; misture 1/3 de cacau em pó sem glúten e ¼ de xícara de leite até dissolver e junte ao 1/3 da massa branca reservada; espalhe essa massa escura sobre a massa branca já na fôrma e, pra conseguir o efeito marmorizado, faça uns cortes na massa usando a lâmina de uma faca.
Acompanham bem o bolo, principalmente na hora da sobremesa: calda de frutas vermelhas, ou uma calda de jabuticaba, ou calda de chocolate fácil de fazer, ou preparo uma receita da goiaba em calda orelhinha ou de sorvete de baunilha de verdade ou de sorvete de leite caseiro.
Outras receitas sem glúten aqui Na Cozinha da Helô: quadradinhos crocantes de aveia com ameixa e coco biscoitinho de coco que desmancha na boca ou sequilho de cocos, bolo de mandioca simples e só de misturar, pão de queijo simples e rápido de liquidificador e pãozinho de tapioca com queijo.
Etapa 1 - Mistura A Etapa 2 - Massa Acompanham bem o bolo, principalmente na hora da sobremesa: calda de frutas vermelhas, ou uma calda de jabuticaba, ou calda de chocolate fácil de fazer, ou preparo uma receita da goiaba em calda orelhinha ou de sorvete de baunilha de verdade ou de sorvete de leite caseiro. Se quiser, substitua a baunilha e a canela por raspas de limão ou de laranja.INGREDIENTES
Preparo
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