COMO FAZER COUVE REFOGADA
A couve refogada pra todo dia é aquela receita que não cansa e que sempre agrada. Um acompanhamento perfeito, simples, rápido, nutritivo que acaba num minuto, até quem costuma torcer o nariz pras verduras come um pouco, nem que seja só no dia da feijoada.
Em casa, faço couve refogada quase toda semana e todo mundo gosta. Quando estou na fazenda, com a horta logo na saída da cozinha, faço um dia sim, outro não, já que é tanta couve que a gente tem que usar. Na verdade, divido a couve com as minhas queridas galinhas, que também amam couve.
Pode até parecer bobagem escrever sobre couve refogada, mas eu discordo. Não dá pra ter à mesa um prato de couve murcha, desbotada, sem gosto e já sem grande parte dos nutrientes. O que importa é servir a couve saborosa, cheia de texturas e com o verde lindo de morrer.
A receita, que é mais um método, estava “embutida” no post da feijoada da minha casa, mas achei que merecia – e muito – um post só pra ela e chegou o dia da couve.
INGREDIENTES
A lista de ingredientes é bem pequena:
- manteiga (ou azeite de oliva ou óleo vegetal comum);
- alho;
- couve;
- sal.
Usei manteiga simplesmente porque adoro couve na manteiga, mas às vezes também faço no azeite de oliva e mesmo no óleo vegetal comum. Com azeite ou óleo comum, a receita ainda fica vegana e totalmente sem lactose.
Alho tem tudo a ver com couve, mas as quantidades dependem do gosto de cada um e do momento. Aumente ou diminua como quiser, ou deixe de lado, ou use cebola no lugar dele.
Por aqui, as couves mais comuns são a manteiga, de folha longa e macia, a manteiguinha, que é um pouco menor, e a tronchuda portuguesa, com talo mais comprido.
Qualquer uma delas fica perfeita refogada, como explico aqui. Aliás, bom saber que refogar em tirinhas é uma ótima maneira pra aproveitar as folhas mais velhas e fibrosas.
De uns tempos pra cá, começou a aparecer nos mercados a couve crespíssima, conhecida aqui como kale, o nome em inglês. Só que ela é tão gostosa, linda, com tanta textura que eu, sinceramente, prefiro deixar pra usar em saladas ou em outras preparações que pedem pedaços maiores.
Quanto à quantidade da couve, não se assuste, pois parece bastante na hora de cortar, mas ela meio que desaparece quando murcha na panela. Um maço inteiro quase desaparece na panela, dá 4 porções médias.
CORTE DA COUVE
Cortar couve em tirinhas finíssimas é quase que um dom. A minha querida Elita e a Cida, que cozinha na casa da minha mãe na fazenda, cortam couve com tamanha perfeição, em fios muito finos, finos mesmo.
Elas cortam “na mão”, quer dizer, segurando as folhas de couve enroladas e apertadas numa das mãos, a faca afiada na outra e fatiando de pouco em pouco, e a perfeição é tamanha que quando elas estão por perto, deixo a tarefa pra elas.
Só que como cortar a couve “na mão” não é coisa que se aprende assim num estalar de dedos, e sim ao longo da vida, o mais simples é enrolar as folhas e cortar sobre a tábua.
Usar ou não o talo central ou uma parte do talo é coisa que depende da couve. Se ela for novinha e com o talo macio e não muito fibroso, basta descartar a ponta mais dura que ultrapassa a folha.
Se a folha for muito grande (cresceu bastante, portanto mais velha), eu coloco a folha deitada na tábua e, com a faca, ou retirar o talo fazendo um V, quase que dividindo a folha em 2 partes, mas bem rente pra não desperdiçar pedaços da folha.
Quem está começando, coloca um dos maiores pedaços de folha na tábua e sobre ele empilha mais uns 3 ou 4 pedaços, então enrola como charuto bem apertado, segura e, com cuidado, fatia e depois repete o processo com o restante das folhas. Quem tem mais prática, faz um charuto maior e corta mais folhas de uma vez.
Não se cobre, é pura prática. Se não conseguir tiras finas no começo, se a pressa for muita ou se a preguiça for grande, corte a couve em tiras largas ou rasgue em pedaços pequenos. Pra entender: quando menor a tirinha, mais envolvida pela manteiga ou pelo azeite ela vai ficar e mais saborosa e macia também.
PREPARO
O trabalho da receita está em lavar a couve, cortar a couve e o alho, que pode ser picadinho ou ralado, separar a manteiga e a panela. No fogo, tudo acontece num piscar de olhos e é só um refogado básico.
Dei o tempo de 30 minutos com muita folga, dependendo da prática ele cai bastante.
Eu separo uma frigideira média, aqueço e junto a manteiga. Acrescento o alho, espero perfumar, adiciono a couve e um pouquinho de sal e misturo bem. Deixe murchar por uns 5 minutos pra não perder o brilho, acerto o sal e sirvo.
Tem gente que, depois de colocar a couve na panela, tampa e deixa murchar sozinha por uns 5 minutos. Funciona bem e já fiz muitas vezes assim, mas na maior parte das vezes acabo misturando e cozinho com a panela destampada. Expliquei assim no vídeo e no preparo da receita.
Outros receitas de acompanhamentos fáceis com vegetais e que têm tudo a ver com o momento “sobrevivendo na cozinha”: brócolis pra todo dia, vagem na manteiga e quibebe de abóbora.
O vídeo ensinando a preparar couve refogada já está no nosso canal do youtube há um tempo e vale assistir, principalmente pra conferir que o processo é simples e rápido mesmo. No vídeo, dei a receita de hoje dobrada, pois fiz pensando na feijoada, por isso as diferenças das quantidades dos ingredientes.
Mesa perfeita: couve refogadinha, arroz branco de todo dia, um aquele simples de feijão, uma farofinha rápida, carne moída caseira e mandioca frita. Quase sempre, corto a couve em tirinhas bem finas, mas quando a pressa é grande ou a preguiça fala alto eu rasgo a couve em pedaços pequenos e uso.INGREDIENTES
Preparo
NOTAS
2 Comentários
Amei tua receita!Eu gosto de vê logo a receita,mas fiquei encantada com a forma que tu descreves a receita tem um toque de escritora e poeta. Viajei na tua fazenda e senti o perfume da cozinha do campo. Parabéns muito sucesso pra você.
Roseane, boa tarde!
Que gostoso saber! Faço tudo com tanto carinho que sempre me emociono com mensagens como a sua.
Muito obrigada pelo carinho, beijo, Helô