ALMOÇO NO CAMPO
Há uns dois anos, no meio de julho e num dia de céu azul, a gente resolveu fazer um almoço no caramanchão que fica perto da horta da saída da cozinha da fazenda pra comemorar o aniversário da Marina.
O tema? Um almoço no campo, tudo romântico, descontraído, com receitas gostosas bem de cozinha rústica. A Regina cuidou da arrumação de tudo e eu fiquei com a cozinha e a Marina adorou. Afinal de contas, comer lá fora é sempre gostoso, a refeição mais simples de todas ganha vida quando isso acontece.
Confesso que eu – Helô – às vezes tenho um pouco de preguiça de arrumar a mesa num lugar diferente. Penso na trabalheira de mudar a mesa de lugar, de levar toalha, louça, talher, copo, flores, comida e bebida, e de ainda desmontar tudo no final.
Mas a Regina não tem preguiça mesmo, adora transformar momentos comuns da vida em experiências especiais e inesquecíveis. E almoçar em lugares variados faz parte desse jeito dela ser.
Quando ela chega e fala que teve uma ideia pro almoço, pro jantar, pro café da manhã, pro lanche ou pro piquenique a gente já sabe que vai dar um trabalhinho, mas que vai ser incrível.
A Regina adora arrastar a mesa e as cadeiras de um lado pro outro, puxar uma mesinha de apoio pra virar aparador e faz tudo ficar lindo de morrer. Deixa qualquer lugar com cara de sala de jantar, é impressionante.
A animação dela é sempre tão gigante que eu sempre topo e num minuto a gente resolve o tema do encontro, pensa nas improvisações pra arrumar a mesa e no cardápio. Daí ela segue com a arrumação e eu vou pra cozinha.
Sobre improvisações: elas fazem parte do processo sempre, pois a ideia é resolver tudo com as coisas que a gente tem por perto, vida real total. Criatividade é tudo na hora de arrumar a mesa.

TOALHA E GUARDANAPOS
A toalha que tem a ver com a ocasião e com a louça nem sempre tem o tamanho da mesa, mas tudo se resolve.
No dia do almoço, a Regina escolheu uma toalha bem rústica de linho com listras verdes, que tinha tudo a ver com as folhagens do lado de fora.
Como a mesa do caramanchão é retangular e grande e a toalha é quase quadrada e menor, a solução foi colocar a tolha de canto na diagonal pra cobrir a maior parte do tampo e ficar com os cantos com a madeira aparecendo.
A Regina é apaixonada por guardanapos de papel, vive comprando pacotes por aí e de tudo o quanto é cor, desenho e estilo e sempre leva uns dois ou 3 diferentes pra onde vai. Parece mentira, isso já aconteceu mil vezes.
Ela fala que usando uma toalha básica com guardanapos diferentes e com estilos variados a gente faz mesas lindas e com mil possibilidades. E diz que muitas vezes ela começou a imaginar a mesa a partir dos guardanapos e eu sei que é verdade.
O guardanapo escolhido era lindo, fundo branco, uns arabescos em cinza e vários buquês com florzinhas em rosa e folhas verdes. Delicadeza total!
FLORES
A gente andou pela casa e separou um bule rústico de lata pra servir de vaso principal. Como ele é velho e tem até uns furos na base, nada como o truque de colocar um copo dentro dele com a água pra acomodar as plantas pra evitar vazamentos.
No bule a Regina colocou uns ramos de oliveira, que levam um verde acinzentado super bonito pra mesa. Do lado, só pra dar um colorido, ela colocou umas flores de uma orquídea rosa num copo.
Claro que nem todo mundo tem oliveiras e flores no jardim, mas dá pra fazer arranjos com folhagens variadas, com flores do campo ou mesmo de um buquê simples de qualquer barraca de flor. Não precisa mesmo gastar muito pra montar um vaso charmoso.
COPOS, PRATOS E TALHERES
As duas adoram copos coloridos, que deixam qualquer mesa alegre, mas com jeito de chiquezinha.
Pro almoço, a gente usou dois conjuntos de copos de vidro que têm o mesmo tom delicado de rosa, um com taças grandes e um com copos pra água e suco. Eles não têm os mesmos desenhos, mas ficam lindos juntos.
Os pratos brancos e os talheres neutros do dia a dia ficaram bem com a toalha, os copos e os guardanapos diferentes. Vale a pena ter pratos brancos e tons de bege ou cru pra compor mesas variadas.
O CARDÁPIO
Pra beber, além do vinho e da água, a gente serviu a laranjada com especiarias da Helô feita com laranjas colhidas logo cedo e água. Pra adiantar a vida, a calda foi feita na véspera e ficou na geladeira.
A cesta com copos de laranjada com especiarias dava boas vindas.

Pra começar, a focaccia simples com alecrim, que eu já preparei nem sei quantas mil vezes e todo mundo adora.

Ao lado da focaccia, uma tábua com um queijo da Canastra bem curado de Medeiros que o RIcardo tinha acabado de trazer de lá e uma travessinha de prata linda com uma receita da caponata siciliana tradicional.

Como eu tinha feito confit de pato uma semana antes do almoço e tinha 1 kg de pernil de cordeiro em cubos no freezer, comprei feijão branco na cidade e fiz um cassoulet francês clássico.
Um cassoulet gostoso tem tudo a ver com dias mais frios e é aquele prato único que sempre agrada. Pra completar, fiz uma salada de folhas com alface da hora e um molhinho francês clássico, que eu ensino a preparar no post molhos de salada deliciosos e pra variar.

Como a Marina adora chocolate, eu preparei a torta macia e deliciosa de chocolate, que é puro chocolate e arrasa sempre.

Em seguida, pra finalizar o almoço do jeito mais lindo e doce do mundo, foi pra mesa uma bandeja com camafeu de nozes. A Helô fez a massa e a Ana e a Marina enrolaram e passaram pelo glacê. A Marina ajudou sem saber que eles seriam pro almoço surpresa …

Um almoço e tanto! – Por Regina Ferraz e Heloisa Bacellar