RECEITA DE TACACÁ SIMPLES
Acho que todo mundo concorda que pato no tucupi e tacacá são as receitas que melhor representam o Pará. As duas são incríveis e eu adoro!!! Vou te ensinar a preparar uma versão simples e do meu jeito pra ficar mais fácil de fazer o tacacá fora do Pará.
Em 1974, durante uma viagem de carro pelo Norte e Nordeste do Brasil, entrei em Belém num final de tarde com os meus pais e os meus irmãos. A gente logo parou numa barraca de tacacá e ficou olhando o caldeirão com o caldo fumegante e perfumado do tucupi.
Eu tinha 11 anos, mas nunca me esqueci da cuia de borda preta – que guardei por muito tempo – cheia de caldo de tucupi com o mingau de goma pelo meio, uns camarões secos e as folhas de jambu dando aquela sensação intrigante que deixava a boca meio que tremelhicando. Amei aquele tacacá tão diferente de tudo que eu já havia comido na vida.
O tempo passou e, uns onze anos depois, voltei lá com o meu marido pra passar a nossa lua-de-mel e tomamos muitos tacacás.
E, há uns 3 anos, estive de novo em Belém com a Joanna Martins e o Paulo Reis da Manioca e pude entender o tacacá com mais profundidade.
Com eles, aprendi um monte sobre a culinária da Amazônia que ganhou tanta força e de senti que Belém é uma cidade que vive a comida de um jeito intenso. É de Belém que saem os ingredientes a Amazonia pros outros cantos do Brasil e pro mundo.
O TACACÁ
Mas voltando ao tacacá: ele é uma espécie de sopa servida sempre fumegante e preparada com tucupi, que é o caldo amarelo e fermentado da mandioca brava. Depois de bem temperado, o o caldo recebe uma porção de mingau feito de goma de mandioca, os camarões secos, o jambu e a chicória-do-Pará.
Quem não tem goma, pode usar polvilho azedo ou tapioca hidratados, dá pra ser daquela de pacotinho pronta pra usar pra fazer biju de tapioca.
A chicória-do-Pará é conhecida em alguns outros cantos do Brasil como coentro-caiçara ou coentrão.
O sabor, a textura e a sensação que se tem ao dar um gole de tacacá são difíceis de se descrever, pois tudo é muito bom, mas tudo é exótico, muito indígena. Os contrastes são incríveis e tem muita coisa junta e ao mesmo tempo numa cuia só e só mesmo tomando um tacacá pra entender a complexidade deliciosa que ele tem.
A RECEITA DA HELÔ
Eu me inspirei nas receitas tradicionais paraenses, mas sugeri uma versão com alguma liberdade por saber que, nem sempre, a gente consegue os ingredientes necessários fora da sua região de origem.
Não dá pra pensar no tacacá sem tucupi e jambu, e esses dois ingredientes podem ser comprados on-line em empórios que trabalham com produtos da Amazônia vendem o jambu congelado.
Por incrível que pareça, a chicória-do-Pará pode ser mais difícil de achar, por isso, mesmo sabendo que será um pouco diferente do tacacá original, sugeri usar coentro.
A substituição da goma pelo polvilho azedo aconteceu pelo mesmo motivo. Por tudo isso, chamei de tacacá do meu jeito.
Acredite, o mais trabalhoso é providenciar os ingredientes. Na cozinha, você terá que separar tudo, preparar o caldo, a goma e os camarões e montar na hora de servir. Dá tranquilamente pra preparar um tacacá gostoso em casa.
Na cuia o tacacá ganha vida, mas como a gente sabe que nem todo mundo tem a cuias tradicionais, a saída é improvisar e servir numa tigela rústica.
Vale a pena experimentar!
Outras receitas paraenses que são saborosas demais: farofa paraense com feijão manteiguinha, coentro e cebolinha, arroz com gosto do Pará com tucupi, jambu e chicória, pirarucu de casaca delicioso, unha de caranguejo do meio jeito e pato no tucupi do jeito da Helô.
Outras receitas paraenses que são saborosas demais: farofa paraense com feijão manteiguinha, coentro e cebolinha, arroz com gosto do Pará com tucupi, jambu e chicória, pirarucu de casaca delicioso, unha de caranguejo do meio jeitoe pato no tucupi do jeito da Helô. O mais trabalhoso é providenciar os ingredientes. A receita é fácil, pode acreditar.
INGREDIENTES
Preparo
NOTAS