RECEITA DE TAPIOCA CASEIRA
Quer aprender como fazer tapioca simples e deliciosa? Eu vou te ensinar a receita do começo ao fim, tudo feito em casa pra valer. A tapioca começa polvilho doce, que fica de molho na água, volta ao ponto de goma, depois seca, então é esfarelado e peneirado e no final, na frigideira, vai se transformar na panquequinha branca que todo mundo ama.
Aprendendo a receita tradicional, que é muito simples e fácil, só leva um tempo pra ficar pronta, você vai desistir de comprar os saquinhos de tapioca pronta que a gente vê por aí. É outra coisa.
Pelo Brasil, principalmente no Nordeste e no Norte, a gente sempre escuta alguém perguntando se vai um bijú de tapioca quentinho com manteiga, queijo de coalho, coco com leite condensado ou de carne seca. Eu, quando escuto essa pergunta, não resisto e digo siiimmmmmm!
Afinal de contas, acho que quase ninguém consegue dizer não à panquequinha muito branca, que fica fina como crepe, com uma camada leve e crocante por fora e, por dentro, macia e meio puxa puxa. Ainda é linda de morrer, parece um travesseirinho.
A MELHOR TAPIOCA DO MUNDO
Preciso dizer que já comi muita tapioca na vida, mas o paraíso da tapioca é o Pará. As tapiocas de lá são sensacionais. A melhor de todas eu comi na Tapiocaria de Mosqueiro.
Ela fica na praça da vila da ilha de Mosqueiro, que fica perto de Belém. Lá na praça, tem uma barraca de tapioca ao lado da outras, todas usando gomas incríveis e que são ultra peneiradas pra dar leveza às tapiocas, que são puro sonho.
Como eu amo coco, pedi a “molhada”, que é a mais pedida e maravilhosa!!!! Tem muito coco e muito leite de coco com leite condensado encharcando uma tapioca que, de tão leve e fofa é um travesseiro perfeito. Também dei uma garfada na tapioca de charque com queijo que a Ana pediu e amei.
Se a gente não tivesse camarão, pupunha e mais um almoço em vista, eu comeria mais uma, mas resisti. Pra saber mais sobre a viagem pelo Pará com a Joana Martins e o Paulo Reis da Manioca, você pode ler os meus 5 posts sobre ela: Belém é o máximo 1, Belém é o máximo 2, Belém é o máximo 3, Belém é o máximo 4, Belém é o máximo 5 e Belém é o máximo parte 6.
INGREDIENTES E PREPARO DO POLVILHO
A receita da tapioca leva só dois ingredientes: polvilho doce e água.
Como sempre, quanto melhor o polvilho, maIs saborosa a tapioca e melhor o contraste das texturas macia e puxa-puxa por dentro e crocantezinha por fora.
Eu vou sempre atrás de polvilhos mais artesanais e gosto mesmo de Tupguar e Amafil. Esses polvilhos artesanais, que são puríssimos, levam um pouco mais de tempo pra hidratar e depois secar, mas o resultado é tão incrível que compensa casa segundo de espera. Eu costumo pensar em tapioca pra uns 2 dias depois e deixo o tempo fazer o seu trabalho.
Quando não tenho saída, compro um polvilho doce comum no supermercado, o processo acontece na metade do tempo.
Preparar é simples. Durante os tempos de repouso, não é preciso fazer quase nada além de esperar. A tigela, primeiro com polvilho e água pra hidratar, depois só com o polvilho hidratado pra secar, tem que ficar fora da geladeira.
Primeiro, a gente tem que hidratar o polvilho. Pra isso, eu coloco o polvilho numa tigela grande, cubro com água ultrapassando nuns dois ou três dedos, cubro com um pano e deixo fora da geladeira por umas 12 horas pro polvilho comum e umas 24 horas pro artesanal.
Depois desse tempo, o polvilho já estará hidratado, vai todo pro fundo da tigela, firma e a água que sobra vai subir, ficar limpa e formar uma camada na superfície.
Então, escorro e descarto essa água, cubro novamente com o pano e deixo descansar até toda a água parar de “brotar” na superfície. Esse tempo pode ser de 12 a 24 horas e depende do polvilho.
Em seguida, eu viro de leve a tigela pra descartar essa camadinha de água e seco a superfície com um pano limpo. Nessa hora, quem nunca fez tapioca se surpreende, pois o polvilho endurece e forma um bloco branco com a consistência de gesso. Se percebo qualquer umidade, seco mais um pouco com o pano.
Com uma colher, eu quebro o polvilho endurecido em pedaços e começo a fazer a única coisa trabalhosa de todo o processo, que é peneirar. É um pouco cansativo, mas a diferença entre uma tapioca ok da tapioca incrível está nessa etapa.
Pra peneirar, eu apoio uma peneira bem firme sobre uma tigela, coloco um pedaço do bloco de polvilho na peneira e vou esmagando com a colher até passar tudo. Parece mágica, o polvilho peneirado vira um pó levíssimo e lindo demais!!!!
Depois de peneirar, dá pra cobrir a tigela e guardar por até 3 dias na geladeira. Como eu acho que o trabalho de hidratar e peneirar 500g de polvilho ou 1kg de polvilho é quase o mesmo, eu costumo fazer uma quantidade maior e seguir tapiocando com tapiocas fresquinhas por uns dias.
Dei o tempo da receita de 26 horas pensando em polvilhos comuns, mas dobre o tempo se for um polvilho artesanal.
FINALIZAÇÃO
Enquanto o polvilho fica de molho, a gente tem tempo de sobra pra pensar nas coberturas. Dá pra fazer tapioca de muita coisa, só usar a imaginação.
A tapioca em si não contém glúten, nem lactose e é vegana, quem muda é o recheio. No Lá da Venda, os veganos amavam a versão de tapioca tofu cremoso com ervas.
Em casa, fazem sucesso as tapiocas só com manteiga ou com queijo ou requeijão cremoso, com carne seca refogada com requeijão com catupiry. A Ana adorava tapioca com brigadeiro de colher e com pasta caseira de avelã e chocolate, mas de vez em quando ela abria a lata de leite condensado e nada mais. Eu também gosto de leite condensado com coco, muito bom.
Na hora de preparar, pego uma frigideira não muito grande (gosto de uma antiaderente de uns 16 cm) e aqueço.
Mantendo o fogo médio, espalho de duas a três colheres (sopa) de tapioca na base, pressionando muito de leve com o dorso da colher pra alisar. É fundamental não apertar pra manter a tapioca fofinha.
Depois de uns 30 segundos, dou uma movimentada na frigideira e, quando a tapioca se solta, viro como se fosse crepe, então recheio e dobro como meia lua.
Também da pra dobrar em quatro, como leque, ou enrolar como canudo, mas quase sempre dobro só ao meio, mais simples e menor o risco de quebrar.
Quando o recheio é quente, sempre aqueço numa outra panela e já coloco tudo quentinho sobre a tapioca, pois ela resseca rápido. Se o recheio for de derreter, eu viro a tapioca, espalho esse recheio por cima, diminuo o fogo, dobro como meia-lua, espero derreter por um minuto e pronto.
Tapioca é coisa pra fazer e servir em seguida. Depois que esfria ela perde toda a graça, não tem jeito.
Dica: se quiser usar bijús como base de petiscos, prepare a tapioca normalmente, retire da frigideira, depois corte em discos ou triângulos, coloque numa assadeira, polvilhe com queijo ralado e leve ao forno quente por uns 5 minutos, depois sirva com alguma cobertura ou simplesmente como torradinha.
INGREDIENTES
- 4 xícaras de polvilho doce (500 g)
- 3 xícaras de água, aproximadamente (720 ml)
Preparo
- Numa tigela média, misture o polvilho e a água e cubra com um pano limpo.
- Deixe a mistura repousar por umas 12 horas fora da geladeira, escorra a água da superfície.
- Cubra de novo com um pano o polvilho já sem a água e deixe repousar por mais 12 horas fora da geladeira.
- No final desse tempo, descarte a camadinha de água da superfície e seque com pano até sentir que o polvilho está firme e seco como se fosse gesso.
- Descarte a água e seque a superfície com um pano.
- Com a ajuda de uma colher, quebre o bloco de tapioca e, aos poucos, passe tudo pela peneira.
- Você conseguirá um pó bem fino e leve. Se a tapioca continuar molhada e não virar pó, seque mais com o pano. Se quiser, guarde por até 3 dias na geladeira e prepare a panquequinha antes de servir.
- Uns 15 minutos antes de servir, aqueça bem uma frigideira média com revestimento anti-aderente (de 16 a 18cm).
- Espalhe meia xícara do polvilho hidratado peneirado na frigideira e, sem apertar, alise com o dorso da colher para conseguir uma camada uniforme.
- Depois de mais ou menos um minuto, quando a tapioca se soltar da frigideira, vire e deixe secar do outro lado por mais uns 30 segundos.
- Transfira a tapioca para um prato e sirva com a cobertura escolhida já quente se for o caso. Se for queijo ou algum outro recheio que tenha que derreter, espalhe sobre a tapioca já pronta ainda na frigideira, dobre como meia-lua, diminua o fogo e espere derreter.
- Sirva em seguida.
Tapioca vai bem com tudo! Ideias: carne seca refogada (junte um pouco de requeijão cremoso, brigadeiro de colher e pasta caseira de avelã e chocolate.
NOTAS
O polvilho pronto e peneirado fica perfeito por até 3 dias na geladeira.
3 Comentários
Top adorei este conteudo agora sei que posso essas delicias gostsosas
Muito obrigado pela informação!
Oi, Kassandra! Que bom que gostou! bjs
Helô, depois de hidratar com água o volume vai mudar né? então se quiser 500g de tapioca no final teria q usar qto de polvilho doce? como moro sozinha não gosto de fazer em grandes quantidades pq doze porções levaria 12 dias pra comer rs