CACAU DA AMAZÔNIA EM COMBU
Cacau da Amazônia, chocolate artesanal e farinha de Bragança, tudo que eu adoro. E chegou a vez deles!
Domingo ensolarado e amigos têm tudo a ver com passar o dia na ilha de Combu, a nem 15 minutos de Belém. Por uns R$ 5,00 por pessoa o barqueiro te leva do portinho de Belém ao destino que cada um indica na ilha.
A gente atravessou o Rio Guamá, entrou num furo (caminhos de água que não chega a ser um igarapé e cruza a ilha), viu igarapés e desceu na casa da D.Nena, a “Filha de Combu”.
Eu estava feliz demais em conhecer a D.Nena e os chocolates que ela faz com tanto amor. Ela cuida dos cacaueiros nativos que se espalham pelo quintal da casa dela, colhe os frutos, coloca os grãos pra fermentar e secar, depois torra no forno comum, do jeito mais simples do mundo, depois mói e transforma esse cacau num chocolate digno dos deuses.
Ela, que conhece a Joanna e toda a família há muito tempo, recebeu a gente com um sorriso lindo e todos foram direto passear pelo quintal, que se confunde com a floresta. De cara, a gente encontra uma samauemeira espetacular, com as raízes enormes que sobem como se fossem paredes.
Uns metros depois, já começam os pés de cupuaçu, com frutas grandes, quase maduras e os cacaueiros nativos, um mix de algumas variedades.
DONA NENA E O CACAU DE COMBU
Em seguida, ela mostrou o espaço usado pra fermentação e secagem. E logo explicou o trabalho maravilhoso que ela lidera e mostrar como descarta a casca grossa e aí tritura os nibs de cacau num moedor de carne caseiro que ela deu umas mexidas pra que desse conta da moagem e chegar à pasta de cacau.
Depois de experimentar uns pedacinhos da pasta, que ela lindamente embrulha numa folha do cacaueiro e amarra a gente tomou um copinho de chocolate quente.
A conversa continuou por mais de uma hora, até que a gente entrou na lojinha com aquele perfume inebriante do chocolate e, como não poderia deixar de ser, comprou vários brigadeiros preparado com a pasta que ela produz e rolado em nibs do seu cacau.
Além dos brigadeiros realmente deliciosos e viciantes, também comprei um pacotinho do chocolate na folha e um saco de nibs já pensando na minha versão do brigadeiro de Combu.
Saí de lá feliz, sentindo que todos merecem comer bons chocolate, que chocolate é o máximo e tendo certeza de que o chocolate nativo da Amazônia é a perfeição, com nuances de aroma, textura e sabor que só ele tem. O trabalho da D.Nena é de tirar o chapéu.
Quando estava entrando no barco ela me disse que em poucos dias estaria em Fortaleza levando os seus brigadeiros no festival Fartura. Abri um sorriso e contei que também iria ao festival pra dar uma aula, ou seja, eu teria mais brigadeiros e mais chances de papear (e o nosso encontro em Fortaleza foi delicioso).
A parada seguinte do barco foi num dos restaurantes em palafita à beira rio, daqueles que você pode comer, beber e se refrescar no rio. Ana e eu estávamos com a Joanna, o marido, o filho, um sobrinho e a Helena e foi bem divertido.
Há vários restaurantes, o mais famoso é o “Saldosa Maloca” (com L mesmo como todo mundo que fala de lá faz questão de ressaltar) e a Joanna adora um outro que fica mais pra dentro da ilha, mas como éramos muitos e já era tarde, fomos pra um que tem vista pra Belém e tem boa comida.
O tambaqui na brasa com farofa molhada estava incrível e era tanto peixe que quase sobrou, e olhe que éramos cinco adultos devorando a carne suculenta, saborosa e com perfume de brasa. Deixamos de lado a sobremesa do restaurante e comemos mais brigadeiro da D.Nena da caixa eu tinha comprado.
Em São Paulo, logo abri o pacotes de nibs e fiz o meu brigadeiro com castanhas e nibs de cacau (usei castanhas do Ver-o-Peso e nibs da D.Nena).
Se você quiser saber mais sobre a viagem, leia também os posts Belém é o máximo 1 (a viagem), Belém é o máximo 2 (Ilha de Mosqueiro), Belém é o máximo 3 (mercado do Ver-o-Peso), Belém é o máximo 4 (açaí e tacacá) e Belém é o máximo 6 (farinha de Bragança).