RECEITA DE BALA DE COCO CASEIRA
Sabe aquela bala de coco que derrete na boca e todo mundo ama? Chegou o dia de falar dela!!
A receita dá super certo e, com um pouquinho de prática, dá pra fazer um monte de bala caseira pra matar a vontade e deixar muita gente feliz.
Vou ensinar a receita pra fazer as duas versões que fazem sucesso: a bala tradicional e a bala gelada. Dá pra fazer só uma ou meio a meio, você vai ver.
Apesar de adorar a bala gelada, a bala que sempre fez parte da minha vida é a tradicional.
Eu cresci ouvindo a minha mãe contar da minha avó Betty preparando a bala de coco, puxando a calda pastosa e morna no início translúcida e depois branca, opaca e com o riscadinho por fora que é 100% natural e lindo. E
la fala que, só de pensar em bala de coco, ela já se lembra do cheiro da bala, do barulhinho da tesoura cortando as balas e, claro, de comendo depois.
A minha mãe não costumava fazer as balas, ela comprava balas de pessoas que faziam com perfeição e embrulhava todas elas no papel com franjas da cor que combinava com o tema da festa.
As balas ficam em tabuleiros altos, ou em caixas forradas com papel laminado prateado, dourado, amarelo, vermelho, verde, rosa ou azul com as franjas caindo de um jeito lindo, como uma cachoeira colorida. Nos anos 1960 e 1970 era sempre assim.
Eu não sei se foi pra mim ou pra minha irmã, mas uma vez a minha mãe montou as balas em volta de uma boneca pras franjas formarem a saia e a gente achou o máximo.
Depois do parabéns, a gente puxava as balas, desembrulhava e comia do jeito mais guloso do mundo. Era muito bom!!
FAZENDO A BALA EM CASA
Além da bala feita em casa ser deliciosa, ainda tem o lado emocionante de fazer a sua própria bala e isso não tem preço! Eu acho o máximo, adoro esse tipo de desafio que eu adoro.
Mas como a receita tem calda com ponto certo, que sempre assusta um pouco, e depende dessa finalização de puxar a mistura quente, pouca gente resolve fazer a bala em casa e acaba comprando.
A receita dá um trabalhinho, não dá pra negar, mas o processo é divertido e quando a gente vê as balas prontas a alegria é tanta que compensa qualquer esforço.
Pra dar certo, só seguir a receita passo a passo. sem descuidar dos detalhes cheios de truques. Fazendo desse jeito, mesmo quem nunca pensou em fazer bala de coco em casa vai conseguir.
A base da receita é a mesma pra tradicional e pra gelada. O cozimento da calda com coco e o ponto são os mesmos e as formas de esfriar a calda, de puxar até virar bala, de cortar e de secar são iguais.
A receita da bala de coco tradicional, que fica sequinha por fora e tão úmida por dentro que ela se desmancha mesmo na boca, termina quando a bala seca em temperatura ambiente. Pra virar bala gelada, a receita muda um pouco, mas eu vou te explicar tudo.
A RECEITA DA BALA TRADICIONAL
A gente testou, retestou, mexeu, remexeu em receitas e mais receitas e foi atrás dos truques e das dicas pra conseguir a bala de coco perfeita. E, como sempre, descomplicando tudo e passando os tais segredinhos que muita gente esconde.
Tinha receita de todos os jeitos, muitas com quantidades duvidosas ou imprecisas de ingredientes, com aquelas explicações vagas como cozinhe a calda por x minutos, mas sem mostrar como a calda deve ser.
Pra complicar, a maioria das receitas que a gente vê por aí também é montada pra quem quer fazer bala pra vender, com quantidades grandes de ingredientes, que rendem muita bala, mas tornam o processo mais difícil pra quem não tem prática.
PASSO-A-PASSO
A receita que vai aqui é pequena, rende uns 250 g de bala ou mais ou menos 70 unidades, que são suficientes pra matar a vontade de comer bala de coco.
Eu queria montar uma receita viável, que qualquer um conseguisse preparar no tempo certo. Tem receita que a gente pode fazer com calma e no tempo que quiser, mas com bala de coco é diferente.
Isso é muito importante porque a massa da bala fica maleável enquanto morna e, se não se chega ao ponto de modelar e de cortar nesse tempo, ela endurece, fica quebradiça e não vira a bala dos sonhos. Até dá pra quebrar em pedaços e comer, mas é um tanto frustrante.
Melhor começar com quantidade menor e, com a prática, dobrar, triplicar ou quadruplicar a receita. Pra aumentar a quantidade, só multiplicar os ingredientes e pensar que a calda vai levar uns minutos a mais pra ficar pronta e que o trabalho terá que ser feito mais eficiente.
Pra evitar que a calda açucare e tudo dê errado, eu começo misturando numa tigela a água, o açúcar e o leite de coco por uns minutos. São mesmo uns minutos, pois é fundamental dissolver o açúcar, não sentir mais os grãozinhos.
Depois, despejo essa mistura esbranquiçada no meio de uma panela de fundo grosso e média, sem deixar a mistura encostar nas bordas da panela.
O cuidado é importante porque, quanto menos cristais de açúcar colados nas bordas da panela, menores os riscos da calda açucarar e da receita dar errado.
Pincelar as bordas da panela com água pra limpar ajuda, mas se a mistura já for pronta pra panela, mais fácil ainda.
Só nessa hora eu ligo o fogo e não mexo mais por uns 15 minutos, enquanto a calda ferve, começa a borbulhar, depois borbulha bastante e parece que fica querendo começar a ter uma cor.
Então, já com uma tigelinha com água gelada do lado, eu pego 1 colher de chá de calda, coloco na água e tento juntar a calda pastosa com as pontas dos dedos pra fazer uma bolinha.
Se ainda não der pra juntar e conseguir uma bolinha macia, mas consistente, deixo a calda mais um pouco no fogo e texto de novo.
O ponto certo: eu amasso a bolinha por uns segundos, até ela ficar mais firme, retiro da água, amasso mais um pouco até endurecer como uma pedrinha. Então eu jogo essa pedrinha com força a pedrinha num prato e, se o barulho for de vidro, desligo o fogo e sigo pra etapa seguinte.
Enquanto a calda cozinha, eu unto MUITO BEM a pedra da bancada (uns 60x60cm bastam). Unto bastante as lâminas de uma tesoura grande e afiada, ou uma faca grande, e deixo uma tigelinha com mais um pouco de manteiga ao lado pra untar as mãos hora de modelar.
Com rapidez, eu retiro a panela do fogo e, com muito cuidado pra evitar acidentes, pois a temperatura da calda é muito alta, despejo a calda bem devagar no centro do mármore.
Muito importante: a calda tem escorrer sozinha, sem raspar a panela. Essa calda brilhante e perolada cai na bancada, se esparrama sozinha e forma uma camada de mais ou menos 0,5cm de espessura.
Então, eu deixo essa calda descansar por uns 5 minutos pra esfriar um pouco e conseguir trabalhar. Ela amorna rápido, pois a pedra é fria, unto muito bem as mãos com manteiga, e começo a puxar a massa.
O processo de puxar, esticar, dobrar, puxar, esticar e dobrar de novo costuma levar uns 7 minutos até ficar no ponto certo de enrolar e cortar as balas.
No começo a massa é brilhante e translúcida, vai ficando opaca e meio bege, depois fica branca e cheia de risquinhos nas laterais.
Quando isso acontece, só dar umas torcidas no rolo de massa, que por incrível que pareça fica maleável, então enrolar e esticar como se fosse nhoque até ficar com mais ou menos 1,5 cm de diâmetro e cortar as balas com a tesoura.
Como tudo gruda, é fundamental untar e untar de novo com manteiga sempre que sentir necessidade. E por falar em manteiga, dá pra usar óleo de coco no lugar e deixar a receita vegana.
EMBRULHANDO AS BALAS
Depois de secar, pra manter a bala perfeita em sabor e em consistência por até 1 semana, só guardar num pote bem fechado em temperatura ambiente. Também dá pra embrulhar cada bala num pedaço de papel celofane e depois no papel de seda ou no papel crepom rococó.
Esse truque de embrulhar a bala sempre com o papel celofane eu aprendi com a minha mãe. Ela sempre disse que o celofane protege a bala, não deixa que ela resseque e afasta o risco de ficar com manchas da cor do papel, que pode soltar um pouco de tinta quando umedece.
Há uns anos, ainda se achava papel de bala com franja duplo, com a folha de papel de seda na cor escolhida pra ficar pra fora e a folha de celofane pra ficar em contato com a bala.
Além de prático, o conjunto de balas ainda ganhava vida com o brilho das franjas do celofane, que também davam volume. Mas o mundo mudou e hoje a gente só encontra com facilidade o papel de seda com franja e o papel crepom rococó e nenhum deles com a folha de celofane.
A solução é comprar um pacotinho de celofane pra embrulhar doces, como bem-casados, balas caramelizadas e pães de mel.
Eu corto o papel ao meio pra ficar com dois retângulos médios, já que os menores costumam ser quadrados de 15cm e usar meio papel por bala de coco.
Depois de embrulhar a bala no celofane de um jeito delicado, só posicionar esse pacotinho no centro do quadrado do papel de seda, dobrar a parte de cima do papel em direção às franjas pra cobrir a bala, dobrar as laterais também pra cobrir a bala e torcer. Parece difícil, mas não é, basta pegar o jeito.
O fato é que tudo que uma bala sequinha por fora e macia por dentro tem de bom, a bala ressecada, esfarelenta, sem vida, e às vezes manchada de colorido, tem de péssimo.
Se não tiver celofane por perto ou se a paciência pra embrulhar for pouca, sirva a bala numa compoteira ou embrulhe no papel de seda no dia da festa.
COMO FAZER A BALA GELADA
Pra fazer a bala gelada, basta seguir a receita da bala tradicional até a etapa de colocar as balas secas num pote com tampa, mas a seca fica em temperatura ambiente e a gelada segue diferente.
São 3 etapas fáceis de realizar:
- primeiro, as balas já no pote bem fechado vão pra geladeira por umas 3 horas, só mesmo pra esfriar;
- depois, a gente rega as balas com leite de coco, espalha o coco ralado por cima, mistura com delicadeza e fecha o pote de novo;
- o pote volta pra pra geladeira e as balas descansam por pelo menos 12 horas antes de servir (mas podem ficar por até 1 semana na geladeira).
Parece que não vai dar certo, mas, com o repouso na geladeira, a bala dura consegue absorver boa parte do leite de coco e fica macia e o coco ralado gruda ao redor. Mágica deliciosa.
OUTROS SABORES
Nos livros e cadernos antigos de receitas, aparecem balas de coco com nozes ou amendoim moídos, com raspas de limão, com suco de maracujá e com pedacinhos de abacaxi, que também são gostosas e continuam com o sabor do coco como principal.
Minha avó adorava misturar nozes em pedacinhos e as balas ficavam deliciosas.
De uns anos pra cá, muita gente começou a fazer bala de coco com tantos sabores diferentes e tão exagerados que, às vezes, mal se percebe que a bala é de coco, sem falar nas balas recheadas com chocolate, quindim, geleia de morango e muito mais. Eu, sinceramente, fico com as clássicas.
Pra completar a mesa da festa com tradição, que tal preparar uns outros docinhos bem brasileiros e dos tempo em que as receitas não levavam tanto leite condensado? Aqui tem beijinho tradicional, cajuzinho de amendoim clássico, camafeu de nozes, olho de sogra de aniversário de antigamente e docinho de abacaxi. Com leite condensado, nada como um bom brigadeiro de enrolar!
BALA DE COCO TRADICIONAL BALA DE COCO GELADA Outros docinhos tradicionais e bem brasileiros nas versões clássicas: beijinho tradicional, cajuzinho de amendoim clássico, camafeu de nozes, olho de sogra de aniversário de antigamente e docinho de abacaxi. Parece impossível, mas dá pra preparar a sua bala de coco em casa.INGREDIENTES
Preparo
NOTAS
6 Comentários
Oba!!!! Viu fazer essa semana. Acho essa bala pura nostalgia.O coco pra fazer gelada é o natural ou seco. Grata
Oi Ana! Que bom saber que a receita chegou na hora certa. Com o coco natural a bala fica muito melhor, mas se não tiver jeito de conseguir, use aquele adoçado úmido de pacotinho.
Depois me conta!
Abraço, Helô
Uau! Que artigo completo, uma verdadeira aula sobre balas de coco! Com todos esses detalhes e dicas bem explicadas fica muito mais fácil acertar esse docinho, meus parabéns pelo capricho e cuidado na escrita do passo a passo!
Yasmim, bom dia!
Gostos saber que você está aproveitando o post sobre bala de coco. Como deu pra perceber, testei muito e escrevi contando os mil detalhes, métodos e dicas. É o meu jeito de viver e de ensinar!
Depois me conta!
Beijo, Helô
Queria saber a temperatura da calda pra medir com termômetro, tentei sem e não deu certo. Errei o ponto 🤔
Oi Flavia! Que pena … mas acontece com todo mundo. Não dei em graus porque as temperaturas mudam de acordo com a altitude e, por incrível que pareça, acho que fica ainda mais confuso e incerto. Esse ponto de bala dura, que fica no limite do vidro (a gente faz bolinha firme na água e depois estala quando joga na pedra), acontece por volta de 140ºC, mas pode ser um pouco mais alto.
Beijo, Helô