RECEITA DE PÉ-MOLEQUE MINEIRO

Já ouvir falar no pé-de-moleque mineiro de Piranguinho, que é feito com rapadura e sem leite condensado? Hoje vou dar a receita desse doce delicioso.

Tem pé-de-moleque pra todo mundo e eu gosto de todos, daquele crocante puro caramelo de açúcar ou rapadura envolvendo amendoins inteiros torrados, ou do firme, mas não tão duro, com amendoins inteiros torrados no meio do caramelo aveludado pelo leite condensado.

E tem o mineiro, que lembra uma paçoca úmida e não esfarelenta, com puro amendoim torrado e moído engrossado com rapadura, que às vezes também aparece com chocolate e com pedaços de amendoim.

PIRANGUINHO – MINAS GERAIS

Em Minas Gerais, a gente encontra pé-de-moleque em vários lugares, mas Piranguinho é diferente. É uma cidade mineira pequena e que, há uns 80 anos, é conhecida como a capital do pé-de-moleque.

Por lá, o pé-de-moleque é preparado e vendido em barracas espalhadas pela cidade e pelas beiras das estradas que chegam perto do centro.

As barracas são conhecidas pelas suas cores: a “vermelha”, a “amarela”, a “azul”, a “marrom”, a “verde”, a “laranja” e a “branca” e vendem milhares de pés-de-moleque por semana.

Quem passa por perto acaba entrando, comprando um doce pra comer na hora com um “cafezim”, toma um copo d’água depois e leva uns doces pra casa ou pros amigos.

Na festança de junho, cada barraca prepara alguns tabuleiros de 1 metro de comprimento e coloca numa mesa de cavaletes montada no centro da cidade, todos enfileirados.

Quando a fileira de tabuleiros chega a uns 20m, um “pé-de-molequeiro” prepara um tacho de massa e despeja o doce ainda quente nos vãos entre os tabuleiros pro pé-de-moleque ficar sem emendas.

Então, uma pessoa importante da cidade conta os metros e declara que é o “maior pé-de-moleque do mundo”, então o doce é cortado em quadrados e o povo corre pra pegar pelo menos um pedaço.

Diferente, né? Agora em julho, fui até lá comer pé-de-moleque e fiquei com a barraca “vermelha”, que se diz a mais antiga, e fica atrás da antiga estação de trem.

Na barraca, tem pé-de-moleque tradicional (esse que parece paçoca e bem úmido), esse mesmo só que com chocolate, esse mesmo com pedaços de amendoim, paçoquinha de rolha, sorvete de paçoca e pé de moça de Piranguinho (a nossa receita fica bem gostosa). Eu comprei um pouco de cada!

INGREDIENTES E PREPARO

A lista de ingredientes é bem pequena:

rapadura picada (quanto mais clara e macia a rapadura, mais delicado será o pé-de-moleque);
água;
amendoim torrado sem pele e grosseiramente moído.

Antes de cozinhar, eu corto quadrado de uns 20cm de papel manteiga do tipo assa-fácil, que não gruda mesmo, e forro uma assadeira pequena.

Na falta de papel manteiga, eu separo um tapete ou unto uma bancada com óleo, só que, nos dois caso, a massa vai se espalhar e o pé-de-moleque ficará mais fino e não vai dar pra cortar certinho. Na assadeira, a espessura fica uniforme e os lados retos.

Eu coloco a rapadura e a água numa panela, aqueço e, misturando de vez em quando, deixo até ferver por uns 10 minutos, até surgir um melado grosso e com muitas bolhas. J

unte o amendoim e, sem parar de mexer, mantenho no fogo por mais uns 2 minutos, até o doce encorpar e formar uma massa que vai começar a se soltar do fundo da panela.

Então, retire a panela do fogo e continue mexendo por uns dois minutos pra ajudar a encorpar ainda mais a massa. Despejo na assadeira, deixo firmar fora da geladeira por umas 6 horas e corto em pedaços ou quebro como quiser.

No dia da foto, quebrei em pedaços pra mostrar que tudo pode. E nesse dia, como a rapadura estava muito escura e quebradiça, o pé-de-moleque ficou mais escuro, mas ficou bom do mesmo jeito.

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