RECEITA DE TORTA DE PECÃ

Aceita uma fatia de torta americana de pecãs, ou pecan pie como muita gente diz? Eu quero!!! E também aceito um cafezinho …

Quando a Virgínia, da Albornoz, chegou em casa com pecãs fresquíssimas, recém-colhidas, eu fiquei encantada, comi um tanto na hora, mas parei porque queria cozinhar com elas.

Reservei um tanto pra receita de bolo macio de pecãs e imaginei que o restante viraria recheio de torta, mas tinha um pouco de dúvida quanto ao tipo de torta, não necessariamente seria uma torta americana clássica de pecãs, ou pecans como também aparece por aí.

Revirei a minha biblioteca, pesquisei bastante, rodei, rodei e, por mais que tenha tido vontade de preparar algo mais diferente, a vontade de comer uma torta clássica de pecãs falou mais alto. Desisti de variar e fui pro clássico.

Fui, então, ler mais um tanto sobre uma das receitas bem tradicionais americanas, pois queria fazer uma torta incrível. Não é sempre que a gente tem nozes tão especiais nas mãos e elas mereciam o melhor.

AS PECÃS

Como as pecãs já eram consumidas pelos povos indígenas da América do Norte e logo conquistaram os colonizadores e quem mais chegou por lá, as receitas com pecãs fazem parte de todo jantar de Ação de Graças, assim como de ocasiões especiais.

Na verdade, à mesa de todo jantar de Thanksgiving há abóbora, pecã, peru, batata-doce e milho.

As referências às tortas de pecãs são antigas, há receitas de meados do século XIX e o incrível é perceber que pouca coisa mudou. Na verdade, a única mudança está na substituição do melaço de cana inteiro ou em parte pela glicose de milho, o Karo.

INGREDIENTES E PREPARO

A lista de ingredientes:

farinha de trigo;
açúcar branco comum;
sal;
manteiga gelada;
ovo;
essência natural de baunilha (que tal preparar a sua essência natural caseira?)
noz pecã;
açúcar mascavo;
melaço de cana (mas também pode ser glicose de milho, karo);
creme de leite, fresco de preferência (mas também funciona com o de lata ou de caixinha);
vinagre de maçã;
sal.

As receitas clássicas pedem açúcar mascavo e melaço de cana, que tem sabor mais intenso, e as mais recentes e hoje mais populares levam açúcar comum ou mascavo e o Karo.

As duas versões são deliciosas, mas como eu adoro o gosto da cana de açúcar, fico com a tradicional, que se parece muito com uma torta que comi quando visitei uma fazenda de algodão bem tipo “E o vento levou” à beira do Mississipi, ao lado de New Orleans. Mas use Karo se preferir.

A dica do vinagre de maçã que junto com o sal dá uma equilibrada na doçura do recheio, veio de uns livros de escolas dominicais de igrejas do sul dos Estados Unidos. Eu adoro esses deliciosos e que são puro carinho.

Com creme de leite fresco o recheio fica mais cremoso, mas se não der use o de lata ou de caixinha.

Aquecer as pecãs é simples e rápido e faz muita diferença, o sabor e o perfume da torta ficam muito melhores.

A massa tradicional leva pouco açúcar, justamente pra ter um equilíbrio com o recheio. Pra preparar, eu misturo numa tigela a farinha, o açúcar, o sal e a manteiga e esfarelo com a ponta dos dedos até obter uma farofa.

Depois acrescento o ovo e trabalho até conseguir uma massa bem macia e que descole das mãos. Junto um pouquinho de água se estiver muito seca, ou de farinha se estiver pegajosa.

Enquanto a massa descansa por meia hora na geladeira, eu aqueço as pecãs só até perfumar, depois pico metade delas pra misturar ao creme do recheio e reservo as inteiras pra espalhar por cima da torta.

O recheio é simples, só misturar numa tigela as pecãs picadas, os ovos, o açúcar mascavo, o melaço, a manteiga, o creme de leite, o vinagre, o sal e a baunilha até conseguir um creme viscoso e homogêneo.

Depois de abrir a massa e forrar a fôrma, só espalhar o recheio na cavidade, espalhar as pecãs lindas por cima e levar à torta à geladeira por uns 15 minutos enquanto o forno aquece a 180ºC (médio). Massa de torta que vai ao forno gelada sempre fica mais crocante e estruturada.

Depois de assar até ficar com a massa bem crocante e totalmente dourada, chega a parte mais difícil: esperar a torta amornar e firmar por 3 horas!!!!!!! antes de servir. Parece uma infinidade, mas o repouso faz toda a diferença no sabor e na textura da torta. Quer dizer: resista!

Se não tiver pecãs, use nozes comuns, mas com as pecãs a torta fica muito melhor e americana pra valer.

SERVIR

Sirva em temperatura ambiente com creme de leite em chantilly, sorvete de baunilha de verdade ou com uma colherada de nata ou de iogurte natural bem cremoso.

Outras tortas americanas deliciosas: a verdadeira torta americana de maçãs e torta de limão com merengue. Eu adoro todas!