COMO FAZER BOLINHA DE FRUTAS SECAS

Acho que essas bolinhas de frutas secas – aqui com figo seco, damasco e amêndoa – são mesmo viciantes, delícias demais, além de muito nutritivas. São tão saudáveis, ricas em fibras e dão tanta energia que, fora daqui, são conhecidas por bolinhas energéticas (energetic balls ou energy bites).

São muito fáceis e rápidas de preparar, perfeitas pra gente preparar um tanto e comer por uns dias quando bate a fome e, também, pra levar pra qualquer canto e ter algum gostoso e saudável pra beliscar.

Elas se parecem um pouco com as clássicas barrinhas de cereal, mas não precisam de forno, só de uns minutinhos no fogo.

Testei várias receitas, juntei dicas e acabei chegando à fórmula que vai aqui. Demorei um pouco simplesmente porque resolvi dar uma receita versátil, daquelas que a gente pode adaptar aos ingredientes preferidos e que se tem por perto e, no final, ter sempre bolinhas gostosas e diferentes.

O fato é que, mudando as frutas e as especiarias ou os aromatizantes, nem parece que a receita é a mesma, você vai ver. Em casa, vario muito e sempre fica bom.

INGREDIENTES

A lista de ingredientes é simples de providenciar:

figo seco e damasco desidratados, mas dos bem macios (mas dá pra usar uva passa, tâmara, banana passa ou a fruta que quiser;
amêndoa torrada e sem sal (mas se só tiver salgada, só não acrescentar o sal na receita, ou as nozes ou castanhas que quiser, e também vão bem na receita as sementes de abóbora, de girassol e de gergelim);
aveia instantânea em flocos finos;
mel ou melado de cana;
azeite de oliva;
sal;
essência natural de baunilha (ou alguma outra essência, mas é bom caprichar e aqui no site a gente te ensina como fazer as suas essências caseiras naturais);
canela em pó (ou pitadas das especiarias que quiser, como cravo, noz-moscada, pimenta-da-jamaica).

A base das bolinhas fica por conta das frutas desidratadas, das oleaginosas ou das sementes e da aveia.

Vale escolher as melhores frutas possíveis, que sejam saborosas e bem polpudas. Só com elas, a gente consegue preparar bolinhas gostosas e macias.

Não tem milagre, frutas secas e sem graça, daquelas que parecem até couro, só vão render barrinhas ou bolinhas secas e sem graça.

Das frutas desidratadas que a gente encontra por aí, são perfeitas pra usar na receita: figo, damasco daquele bem suculento (o seco azedo e sequinho não funciona), tâmara, banana passa, ameixa, uva-passa e cranberry. Dá pra usar apenas uma delas ou uma mistura de duas ou até três.

As desidratadas sequinhas, quase chips, como damasco azedo, papaia, manga, coco, goiaba, banana sequinha, caqui, kiwi, laranja e limão morango, abacaxi não dão muito certo.

As levemente macias e até mais fofinhas, como algumas goiabas, morangos, maçã e abacaxi, podem funcionar se ficarem de molho em água fervente por uns 15 minutos e bem escorridas em seguida (se entrarem molhadas na receita, a umidade vai deixar a validade bem mais curta). Se a opção for por essas frutas, é bem provável que se tenha que aumentar um pouco a quantidade de azeite pra dar liga.

O crocante das bolinhas vem da castanha escolhida (dá pra usar nozes comuns ou pecãs, amêndoas torradas, castanha do Pará/Brasil, castanha de caju, pistache, amendoim, avelã) e também pode vir de sementes variadas, como de abóbora, girassol ou gergelim já torradas ou coco seco (uso umas 2 colheres de sopa de sementes além das castanhas). Também dá pra usar 1 colher de sopa de chia, de farinha grossa de linhaça ou de amaranto.

Quem ama chocolate, pode juntar uns 100 g de chocolate meio-amargo ou amargo picadinho ou ralado grosso.

Pra fazer a receita de hoje, que não depende de forno, é quase que só de misturar, gosto de usar aveia instantânea, que já passou um processo de cozimento. O aquecimento da aveia numa frigideira no fogo por uns minutinhos serve só pra secar um pouco e dar aroma à aveia instantânea, mas não é o bastante pra deixar a aveia não instantânea sem gosto e sem sabor de poeira ou de cereal cru.

Importante: aveia naturalmente não contém glúten, mas como costuma ser processada em moinhos também usados no processamento do trigo, ela acaba sofrendo contaminação cruzada e passa a conter traços de glúten.

Isso importa e é perigoso pra quem é celíaco ou tem alergias ou intolerância grave. Nesses casos, é fundamental ir atrás de aveia certificadas como sem glúten.

Tanto pra adoçar, como pra ajudar na liga da receita, uso mel ou melado de cana. Prefiro mel, que é menos marcante, mas melado também funciona e deixa os veganos felizes.

Também pra dar liga, entra o azeite de oliva (também dá um pouquinho de sabor).

Pra deixar a bolinha mais macia, uma opção é acrescentar também 1 colher (sopa) de pasta de amendoim ou de outra castanha, como caju ou Pará/Brasil ou avelã.

O sal realça os sabores das frutas e dá uma equilibrada na doçura.

Tanto por sabor, como por aroma, acrescento alguma especiaria, como canela (que sempre vai bem com frutas), ou noz-moscada ou pimenta-da-jamaica ou cravo em pó, raspas de limão ou de laranja e alguma essência.

Uma boa essência natura de baunilha deixa as bolinhas ainda mais gostas, mas dá pra variar juntando gotas de alguma outra essência, como laranja ou amêndoa (no post das essências eu dou várias ideias).

Quer dizer, mantendo as proporções da receita, é possível variar muito.

PREPARO

A receita é prática, só de misturar, mal de fogo precisa. Na verdade, levo só a aveia ao fogo, numa frigideira vazia, só pra aquecer, secar e soltar mais aroma.

O primeiro passo é separar uma tigela grande, pois a gente tem que trabalhar bem os ingredientes e espaço é fundamental.

Em seguida, vem o preparo das frutas desidratadas é isso pode ser feito no processador, no liquidificador usando a tecla pulsar ou com a faca.

No processador, a fruta vira pasta grossa em segundos, tanto que é preciso cuidar pra não bater demais e virar purê, pois purê pode ser até gostoso, mas a bolinha perde o contraste de textura que deixa tudo mais gostoso. Também funciona o liquidificador com a tecla pulsar, mas é provável que seja necessário preparar em duas etapas.

Na falta do processador (e isso aconteceu comigo no dia da foto), dá pra picar as frutas com a faca muito bem, ou seja, em micro pedacinhos. Talvez a mistura fique um pouco mais pedaçuda no final, mas gostosa do mesmo jeito.

As castanhas e sementes entram na receita grosseiramente picadas, e não moídas, pois têm que ter textura.

Depois de processar as frutas, coloco essa pasta grossa na tigela e junto a castanha escolhida e, quando quero, as sementes.

Junto a aveia já aquecida, os aromatizantes escolhidos (especiarias, essência, raspas de cítricos), sal e o azeite e o mel (ou melado).

Chega a hora de trabalhar os ingredientes pra conseguir a massa homogênea que, em seguida, será modelada como bolinhas.

No primeiro minuto, até dá pra mexer com uma espátula, mas em seguida é trabalhar mesmo com as mãos. É fundamental trabalhar a massa por alguns minutos até conseguir uma massa uniforme e maleável (ela começa bem esfarelenta, depois vira grudenta, mas ainda não muito macia).

Então, lavo as mãos, unto as mãos com um fio de azeite ou de óleo, pego porções de massa com a ajuda de uma colher de chá, amasso bem e enrolo pra conseguir uma bolinha. Tem gente que prefere bolinhas grandes, com mais ou menos 1 colher de sopa de massa, mas eu fico com as menores e mais delicadas, suficientes pra uma ou duas mordidas. Melhor comer algumas e não uma só, acho que ficam mais gostosas e delicadas.

Passo as bolinhas prontas pra um pote com tampo e guardo por até 1 semana fora da geladeira, ou congelo por até um mês e deixo descongelar naturalmente pra evitar que melem.

E daí é só aproveitar no café da manhã, no lanche, à noite, pra colocar num potinho e levar no bolso, na bolsa ou na mochila e comer feliz.

Outras receitas com aveia e outros grãos, castanhas e sementes: pão integral dinamarquês ou rugbrød, cookie fofo de aveia e cenoura, quadradinhos crocantes de aveia com ameixa e coco e mingau de aveia rápido e delicioso.